quarta-feira, 11 de junho de 2008

A VOZ DOS 1000


Há alguns dias que não postava. Como já disse a alguém: - este blog não é a minha vida e esta não depende deste blog!

Como ainda não tinha comentado a concentração do passado dia 5 e como havia pessoas incomodadas com este facto, cá vai disto!

Feito nunca mais visto desde os anos 80 do séc. passado. Uma concentração de pouco mais de 1000 Enfermeiros. Fiquei espantado por duas coisas:
Primeiro, pelo grande número, visto terem marcado para um dia de semana e à ridícula hora das 10 da manhã - todos sabemos que os turnos da manhã são os que têm mais Enfermeiros e que os colegas dos centro de saúde trabalham, na sua maioria até às 16-17h.
Será que se fosse noutro dia (por ex. ao fim-de-semana) ou a outra hora não teríamos sido mais? Eu próprio cheguei após o almoço e já estavam a desmobilizar. Devo dizer que não usei T-shirt branca a fazer publicidade ao SEP. Foi só até aos Telejornais da hora de almoço e ala que se faz tarde! Vamos ao almoço e agradecer ao camarada Carvalho da Silva pela boleia!

Segundo, pela falta de visibilidade devido à manife da CGTP - a concentração durou cerca de 5h, pois tínhamos que ir a correr almoçar para nos juntar à manife da CGTP. Fizemos barulho vestidos de branco (sem palavras de ordem escritas), demos umas entrevistas rápidas e depois raspa-te senão perdemos a boleia! Sim a boleia! Sabem porque a concentração foi marcada para este dia? Para os 800 e tal colegas de fora de Lisboa virem de boleia nos autocarros fretados pela CGTP para a manife da tarde. Os restantes eram da grande Lisboa.

Questiono: será que não poderíamos ter feito uma concentração com mais visibilidade? Haveria necessidade de nos diluir na manife da CGTP? Será que o SEP não tem capacidade logística para organizar uma coisa "em grande"? Parámos Lisboa e o País (já nem falo da saúde)?

Não quero com isto minimizar o feito alcançado pelo SEP visto já não se verem tantos Enfermeiros juntos desde há muito tempo, lutando por várias causas comuns. Embora tenham falado muito nos rácios, na falta de pessoal, etc., só ouvi falar em equiparação a ordenados de licenciados uma vez (RTP1). Penso que no geral a mensagem da precariedade e da instabilidade passou. Já a do excesso do número de escolas, da diminuição do poder de compra, da falta dos "incentivos" para todos os profissionais de saúde (não só para médicos), essa não creio que tenha seguido para os ouvidos dos Portugueses, incluindo a Ministra da Saúde.

Não querendo ser um "velho do Restelo", penso que estamos todos de parabéns mas poderia ter sido organizado de uma forma mais viril, com mais Enfermeiros, tendo a relevância e visibilidade por nós merecida há muito.
Vamos ver se as negociações começam o mais rápido possível.